A Minha Definição De Família.

"Então, Ana!? Como é que não te lembras da tia Augusta?"

Basicamente porque nunca vi a porra da tia Augusta! Porque passaram-se Natais, aniversários, férias escolares, momentos felizes, momentos tristes, gargalhadas que fazem doer a barriga e ataques de choro que fazem doer a cabeça e nunca, em momento algum, o raio da mulher esteve presente!

Só para desmistificar a coisa: não tenho nenhuma tia Augusta. Ou talvez tenha, já que parece que a minha família cresce como uma erva daninha. A frase serve apenas para demonstrar o que já ouvi inúmeras vezes sobre tias/os, primas/os, e tudo o que mais valha.

A MINHA família não se define por laços de sangue ou por genes similares - ainda que por vezes estes factores coincidam. 

Para conhecer a minha verdadeira família não podem recorrer a laboratórios frios e testes complexos. Para conhecer a minha verdadeira família não podem recorrer a registos genealógicos empoeirados ou apelidos transmitidos de geração em geração.

Para conhecer a minha verdadeira família precisam de um almoço barulhento e variado, em que cada um traz um prato diferente formando uma mesa farta, completamente descoordenada e uma combinação estranhamente agradável que acaba por agradar a todos.

Para conhecer a minha verdadeira família precisam de ouvir as histórias, de ver os sorrisos, de ouvir as gargalhadas, de sentir os abraços e testemunhar a troca de olhares cúmplices. 

Para conhecer a minha verdadeira família precisam de entender uma arte falada por muitos e conhecida por poucos. Aquela que faz meio mundo questionar-se e debater-se e dá aos poucos sortudos que a entendem uma paz de espírito indescritível: o Amor.



Comentários

  1. Acontece-me o mesmo quando tenho de cumprimentar alguém que aparentemente é da família e eu não faço a mínima ideia de quem seja xD

    ResponderEliminar
  2. Concordo absolutamente contigo, isso é o mais importante :) Eu sei o nome de todos os meus tios-avós e respectivos filhos (primos em primeiro grau dos meus pais), mas se começares a ir aos filhos deles (principalmente do lado da minha mãe), já começa a falhar... A minha mãe quer à força que eu sinta o mesmo amor que ela sente por eles, mas esquece-se que ela teve o que é necessário para isso: convivência.

    ResponderEliminar
  3. Eu aposto que se pesquisares, ainda encontras uma tia Augusta!
    https://sunflowers-in-the-wind.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  4. Que lindo!
    E concordo com vc.. Tenho muitos parentes (uns que eu nunca vi ou conversei) e acho absurdo quando minha mãe chega falando deles hauihaiuhiuhaiuhauihaiuhauih

    ResponderEliminar

Enviar um comentário